domingo, setembro 25, 2005

Balada do Desalento

Viva, velho companheiro
De estradas percorridas
E metas alcançadas.
Como o tempo te marcou
E te desalentou!

Já não têm alvoradas
Esses teus olhos cansados
Nem brotam cascatas
Dos teus lábios gretados.

Do teu ânimo contagiante
Consegui a ironia
Do desassossego que bebeste
E precipitei-me
Nos mares do absurdo.

Já não gritam as tuas mãos
De cantares esquecidos
E ficam-se os passos
Perdidos no nevoeiro
De uma história mitigada.

Absorvi-te o desencanto
Feito álcool que anestesia
E mergulhei
No lago do abandono
Onde nos seduzem
Sereias belas como a manhã.

Viva, velho companheiro!
Resta-nos o ocaso de nós próprios.
De estradas percorridas
E metas alcançadas.
Como o tempo te marcou
E te desalentou!

Já não têm alvoradas
Esses teus olhos cansados
Nem brotam cascatas
Dos teus lábios gretados.

Do teu ânimo contagiante
Consegui a ironia
Do desassossego que bebeste
E precipitei-me
Nos mares do absurdo.

Já não gritam as tuas mãos
De cantares esquecidos
E ficam-se os passos
Perdidos no nevoeiro
De uma história mitigada.

Absorvi-te o desencanto
Feito álcool que anestesia
E mergulhei
No lago do abandono
Onde nos seduzem
Sereias belas como a manhã.

Viva, velho companheiro!
Resta-nos o ocaso de nós próprios.


(Teorema, Dezembro 2003)

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