quinta-feira, setembro 29, 2005

Fábulas Políticas

O Presidente da República, é suposto ser um órgão independente, que trata todos os cidadãos da República com igualdade, equidade e imparcialidade. É suposto, ainda, como dirigente máximo do País, possuir as virtudes necessárias a quem ocupa tal cargo: clareza, equilíbrio, ponderação, contenção, atenção aos acontecimentos, decisão, bom-senso. Bom-senso, sobretudo.

O que o cidadão comum espera do Presidente da República é que olhe para cada um deles da mesma maneira. E os trate de igual modo. O que o cidadão comum espera é que o “seu” Presidente não os encare como cidadãos de primeira e cidadãos de segunda. Afinal, como um pai, que olhe os filhos todos da mesma maneira. E não que considere uns filhos e outros enteados.

Ora, o que o Presidente da República fez ao receber os representantes sindicais ligados à justiça - já com formas de luta marcadas – (e não sei se foram todos), ou melhor dizendo, ligados à Magistratura, foi, na minha opinião, um acto de falta de bom-senso. No mínimo.

O Presidente da República tratou uma pequena parcela de portugueses como, creio, nunca tratou, ao longo dos seus mandatos, qualquer outra. E, sendo assim, o Presidente de todos os portugueses não praticou, neste caso, a igualdade, a equidade e a imparcialidade, valores que fazem parte do seu múnus público.

Ora, digam-me lá que outras situações como esta foram protagonizadas pelo Presidente da República? Por exemplo: alguma vez recebeu representantes sindicais da metalurgia, aquando da realização das suas jornadas de luta? Ou os representantes dos sectores dos serviços. Ou os sindicatos ligados aos sectores da administração pública? Da saúde? Da educação? Eu sei lá…

Cá por mim, avanço já com uma sugestão: que o Presidente da República comece, de imediato, a receber os representantes dos variados sectores da sociedade portuguesa. A começar, para já, com os representantes dos trabalhadores (a dos patronais, enfim, têm vindo a ser recebidos normalmente…).

Por mim, como ajuda humilde, eixo aqui indicados alguns parceiros sociais, por onde o Presidente poderá começar a fazer as marcações de reuniões (a ordem é perfeitamente e naturalmente arbitrária):

  • CGTP
  • UGT
  • Sindicato do Serviço Doméstico
  • SINTAP
  • Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública
  • STAL
  • FESAP
  • Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado
  • Sindicato dos Seguranças da Polícia Judiciária
  • Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul
  • APP/PSP - Associação dos Profissionais de Polícia
E há mais… Basta consultar uma qualquer lista telefónica

Já agora, estou em crer que ainda se conseguiria transferir a data das próximas eleições presidenciais para mais tarde – lá para os finais do próximo ano – para que haja tempo para o actual Presidente possa, assim, receber a totalidade dos parceiros sociais.

(Enfim,,, Talvez nem valha a pena levarem-me a sério!)


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