quarta-feira, outubro 26, 2005

Desabafos de privilégios (2)

Hoje de manhã, vi e ouvi, na RTP, um dos Juízes em greve, a justificar as suas posições. Continuei de boca aberta. Por decoro, não reproduzo aqui o que me veio ao pensamento (ou até o que se me escapou verbalmente, sem querer, o que motivou, aliás, reparos da minha companheira).

Palavra de honra, é não ter vergonha nenhuma na cara. Sobretudo é não ter respeito nenhum por todos aqueles que, como disse ontem, são os verdadeiros deserdados da vida, os que levam da vida o sabor amargo da necessidade básica não resolvida, os que nunca contaram para nada (nem para esta comunicação social tão atenta e solícita a estes tão dignos representantes da soberania enquanto órgão).

Então não é que estes Senhores, que se julgam acima de todos os outros seus concidadãos (basta ver quem julga os seus recursos, quem define – ou quer definir – as regras das suas greves - serviços mínimos, etc.), vêm agora carpir – tipo viúva sofrida – sobre o estado da Justiça em Portugal. Só agora? Por onde têm andado eles todos estes anos?

Parece, de facto, que hoje tudo está parado nos serviços de justiça. Bom, se se perguntar à geral, creio que ninguém vai reparar, tal o atraso que por lá anda.

1 comentário:

armando s. sousa disse...

A realidade em que quando os Júízes actuam cooperativamente, passa para a opinião pública, a sensação que eles se julgam intocáveis.
Às tantas são mesmo!
Um abraço