quarta-feira, outubro 05, 2005

Dúvidas existenciais

Porque é que será que quem escreve (será o Director?) o artigo "Despesa Pública pode aumentar quatro por cento", no Público de hoje, ao referir-se ao Ministro das Finanças, o trata como "o sucessor de Campos e Cunha"? Porque não tratá-lo tão-somente pelo seu próprio nome? Que trauma, que fobia tem o Público (e, já agora, outros iluminados da nossa praça) para sistematicamente terem estes preciosismos? Serão os mesmos que, quando Campos e Cunha era Ministro, o desancaram até à exaustão? Serão remorsos?...

E, já agora, embora completamente leigo nestas questões (pelo menos nestas) de economia, não percebo muito bem o medo e a fobia que J.M. Fernandes e o seu Público têm pela despesa pública. São os horrores da nova mentalidade economicista que grassa por aí. Devem estar na onda dos ‘sábios’ do Conselho de Cooperação Económica (CCE)... (Sobre isto, vale a pena ler o Canhoto)

Como diz E. Prado Coelho, também no Público de hoje, na sua coluna de opinião, "(...) E a grande distinção: os que vêem apenas a economia na economia e os que vêem também a necessidade do social. E procuram reduzir o desemprego, dar-lhe um tratamento específico, criar formas de apoio. Mas há os outros que são insensíveis. Em nome de uma felecidade futura que nunca chega a ser nomeada, sacrificam tudo. Falariam com mais veemência e envolvimento, se os desempregados fossem eles. Mas entre piscinas em residências secundárias, jaguares, andares na EXPO e viagens às Maldivas, o desemprego é um tema mais leve."

Ah! Bom 5 de Outubro. Que os valores que inspiraram e motivaram esta revolução nos façam continuar a acreditar no futuro, por muito distante que ele esteja.

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