segunda-feira, agosto 07, 2006

Confusões protocolares

Vamos lá a ver se a gente se entende. Diz o Correio da Manhã que “Sem quaisquer complexos e com uma atitude tipicamente cristã, o cardeal d.(*) José Saraiva Martins presidiu ontem em Guimarães a uma série de cerimónias religiosas no âmbito das festas da cidade em honra de S. Gualter, demonstrando que a Igreja Católica está preparada para “dar a outra face” quando se sente lesada.”

E mais: “Apesar das polémicas contidas e do mal-estar provocado pela nova lei do Protocolo de Estado, que retirou à Igreja Católica lugar de relevo nas cerimónias oficiais, o prefeito(*) da Congregação do Vaticano para as Causas dos Santos manteve a seu lado o ministro(*) do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, que participou na missa e na procissão gualterianas, assim como na bênção da primeira pedra do futuro colégio de Nossa Senhora da Conceição.”

Que o ilustre dignitário da Igreja Católica, no caso o Cardeal D. José Saraiva Martins, é possuidor de uma atitude tipicamente cristã e não tem complexos, não me resta a mínima dúvida. Tenho, aliás, por ele, como me ensinaram um dia, o mesmo respeito que Paulo tinha para com Pedro.

Mas, caramba, vamos lá a ver: trata-se de uma série de cerimónias religiosas. E a presença do Ministro do Trabalho e Segurança Social não veio retirar a qualidade das cerimónias. O protocolo que as regia era o religioso, estou certo. E, nisto, sem crises, quer para o Estado, quer para a Igreja Católica. Não me parece vir daí mal algum ao mundo.

Pior será confundirmos tudo. Pior será querermos aproveitar “tudo” para fazermos vincar as nossas teses. E vermos “alhos” onde apenas estão “bugalhos”. Para não dizer outra coisa, quer dizer, para não dizer que este é um “assunto” encomendado. Às vezes, seria melhor fazermos bem os trabalhos de casa.

Por mim, que não sei se terei uma atitude tipicamente cristã e, se calhar, com alguns complexos, apenas murmuro para os meus botões: “perdoai-lhes Senhor, que não sabem o que fazem”. Nem o que dizem, digo eu.

(*) Já agora, parece-me que não custava nada escrever com maiúscula estas palavras

2 comentários:

Anónimo disse...

O ministro do trbalho foi o cancro naquela cerimonia

Zé Maria disse...

Pior que o "cancro" do Ministro, é, para mim, o "cancro" daqueles que nos querem "cancrionar" a todos nós. Sobretudo aqueles que (não) fazem os trabalhos de casa.
Obrigado pela visita