quinta-feira, janeiro 17, 2008

‘Estória’ de chegar

Chegou como chegam todas as coisas que acabamos por aceitar e gostar.
No espaço que desde sempre conhecemos como o espaço onde fatalmente nos chegamos, mesmo que nem sempre o saibamos reconhecer, encontrou um lugar onde pudesse repousar a cabeça. E o corpo todo, já agora, que nem sempre é apenas a cabeça o motivo dos cansaços que nos tolhem o movimento.

Chegou como chegam todos aqueles que acabamos por receber com a naturalidade do estar e do permanecer.
No tempo que desde sempre aprendemos a conhecer como tempo de serena tranquilidade, propiciadora de novos quereres, retemperadora de novas energias, apaziguadora de forças aquecidas por tempestades bem carregadas, encontrou novo tempo de re-aprender a sonhar, porque da vida talvez apenas pudesse respirar o sonho.

Chegou, afinal, como chegam todos aqueles que chegam. Sem mais.
E aqui, onde me encontro, onde nos encontramos, apenas somos capazes de ver, de escutar, de apreender, de abarcar, de ousar, tudo aquilo que fica para lá dos que chegam. Os que chegam como chegam. Sem mais.

Porque, talvez, ficar, estar, permanecer, como quem fica, está, permanece, se calhar só está ao alcance daqueles que são capazes de chegar como chegam todos aqueles que chegam. Sem mais.

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