sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Sinto falta de ti

Sinto falta do teu olhar
E da tua maneira engraçada
De ver o que às vezes nem consigo.
Quando estás onde me encontro
Os meus olhos sabem perscrutar
O distante da nossa presença
E a proximidade do nosso sentir.

Sinto falta do teu escutar
E do silêncio que só tu sabes
Nos meus momentos de desabafo.
Quando ouves o meu sentir
As minhas palavras transformam-se
E permanecem serenas e parcas
Em diálogo desejado e retemperador.

Sinto falta dos teus gestos
E dos teus braços enleantes
Que me estreitam com ternura.
Quando te aproximas tranquila
E te abandonas no meu regaço
É como se o tempo se retivesse
Em momento único e intemporal.

Sinto falta de ti
E de ti sinto falta em mim.
Porque em ti me descubro
Me procuro
Me aventuro
Me questiono
E me encontro.

Sinto falta de ti.
Sinto falta de mim.

6 comentários:

Anónimo disse...

Salvé Zé Maria
Agradeço do coração as suas palavras e confesso ficar surpreendida com elas.
Porquê?
Porque me apercebo que o que escreve é profundo e não toca as coisas "pela rama".Tal como este poema lindíssimo.
Feliz a pessoa que no silêncio o encontra mais inteiro ainda.
Porém e permita-me deixar aqui algo que aprendi - embora seja difícil de conseguir,eu sei - ame sim, mas desprendidamente, ou seja, sem se envolver demasiado e muito menos esperar a quem dedica qualquer sentimento, seja "a razão" dos seus dias, da sua vida, do seu sentir. Nada nem ninguém, deverá alterar o nosso ritmo, a nossa condição de SER. Quero com isto dizer que o "apego" as "expectativas" são as piores inimigas. Porquê? porque se alojam na nossa mente e as tais"sombras" que referia no texto que leu, sabem perfeitamente onde, no seu envolvimento subtil, "nos pegar" para que soframos. É esse o pacto que fazemos com "as sombras" sem mesmo assinarmos qualquer documento. Basta pensar em algo que nos faça balançar ou esquecer daquilo SOMOS. É apenas isso que pretendem de nós: desviar-nos do ESSENCIAL!
Também sou meio humana, porque me revisto deste corpo mas os sentimentos devem viver-se limpos! e isso implica liberdade - de SER! - conscientemente

Abraço meu
Sempre...
Mariz

mundo azul disse...

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Meu amigo...QUE LINDO!

Senti tanta emoção nesse poema...


Beijos de luz e o meu sincero carinho!!!

__________________________________

poetaeusou . . . disse...

*
sentidas faltas,
no manto da nostalgia
em intemporais ausencias,
,
abraço,
,
*

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Quando estás onde me encontro
Os meus olhos sabem perscrutar
O distante da nossa presença
E a proximidade do nosso sentir.

Zé Maria, quanta mansuetude, contida nestes versos, sua alma florece dentro das palavras, indo e vindo com aromas florais, meus cumprimentos,
Efigênia Coutinho

Anónimo disse...

BRILHANTE ZÉ!!!! OS MEUS SINCEROS PARABÉNS!!!!

RF

Anónimo disse...

Sinto falta de ti
Sinto falta de mim

Sim, é exatamente assim! Na falta do outro ser, há também a falta de nós mesmos. O poeta captou a emoção, a beleza, o sentido e expressou tudo em palavras.Feliz
momento, para nós, seus leitores.
Esta é a verdadeira poesia, aquela
que toca a alma, o resto...é apenas o resto.
Por que temer ? Por que ? Prefiro o mar inteiro, saber como é. Viver e nada de temer.
Obrigada, poeta. Sua poesia é o máximo. Gosto de vir até aqui para te ler. Hã coragem, há verdade.
Inteiro a gente é, quando vive a emoção.Obrigada, Vera.