quarta-feira, maio 20, 2009

“Anjos e Demónios”

Ontem, fui ver. E gostei.

Ciência e Religião. Religião e Ciência. Iluminadamente, hoje, como ontem, os mesmos grãos a engasgarem uma relação que apenas deveria ser. É que, se calhar, há mesmo dons que não chegam a todos. E isso não é, seguramente, nenhum drama...

segunda-feira, maio 18, 2009

Outras palavras

XI

Pedir assim com as mãos famintas
no orgulho dos outros
nas atitudes frias, calculadas dos outros

Mendigar um rosário de olhos cegos
para a dor

Como é difícil navegar nestas águas
Beber este pó de casas vazias
Como túmulos sem cadáveres


Onde estão as pessoas vivas deste planeta?

Eduardo dos Santos Nacimento
“Pedaços do meu Tempo”
(VI Prémio de Poesia Cidade de Ourense, 1985)

domingo, maio 17, 2009

Outros olhares

Ntaluma
Gente boa
Imagem daqui

sexta-feira, maio 15, 2009

Visita interiorem terrae... [A Caverna]

Aqui
Onde me sento, sentido
Onde espero, desejando a espera
E sentindo no fundo do que sou
A marca do tempo
O sinal, o rasto que ficou
A sombra que vislumbro
Na parede da vida

Aqui
Onde me encontro, ainda
Desencontrado as mais das vezes
E encontrado quase sempre
Mesmo se perdido ou ausente
Me vou descobrindo e revelando
Mesmo que não queira ou não possa
Mesmo que escondido até de mim

Aqui
Onde o meu ser se descobre
E o meu sentir se manifesta
Aqui
Me vou conhecendo
Homem finito e imperfeito
Num infinito que só o tempo
Nos ensina e revela

Aqui
Eu e o meu tempo
Eu e o tempo que não é meu

quarta-feira, maio 13, 2009

Solemnia Verba

Disse ao meu coração: Olha por quantos
Caminhos vãos andámos! Considera
Agora, desta altura, fria e austera,
Os ermos que regaram nossos prantos...

Pó e cinzas, onde houve flor e encantos!
E a noite, onde foi luz a Primavera!
Olha a teus pés o mundo e desespera,
Semeador de sombras e quebrantos!

Porém o coração, feito valente
Na escola da tortura repetida,
E no uso do pensar tornado crente,

Respondeu: Desta altura vejo o Amor!
Viver não foi em vão, se isto é vida,
Nem foi demais o desengano e a dor.

Antero de Quental, in "Sonetos"
Encontrado
aqui

segunda-feira, maio 11, 2009

Pensamentos subversivos (LXXXI)

Não sei porquê, mas a cada dia que passa, cada vez mais me parece que os nossos tempos, os tempos de hoje, os tempos que, quer queiramos ou não, são os tempos que temos que viver, com mais ou menos vontade, com mais ou menos empenho, mais não são que os dias do “politicamente correcto”, os dias dos fariseus, sempre prontos a apontarem o dedo aos outros e incapazes de amar seja o que for, seja quem for.

Mas também, e também nem sei lá muito bem porquê, cada vez me vou convencendo mais que, afinal, estes tempos são mesmo os meus [nossos] tempos. Os tempos que temos para arriscarmos viver com todas as nossas forças.

Porque quer queiramos, quer não, no fundo, no fundo, os tempos de hoje são mesmo os nossos tempos.

domingo, maio 10, 2009

Porque hoje é Domingo

“Como pode alguém, ainda que tenha cartão de cardeal primaz, defender um Deus fanático, um Deus pueril, um Deus que apoia as tropelias dos ricos, um Deus que impede as pessoas de pensarem seriamente e com liberdade nas coisas em que é imprescindível pensar, um Deus que, como dizia Bukowski, produz idiotas?

Como se pode ter de Deus uma imagem que não resiste à comparação com a boa gente que vamos conhecendo ao longo da vida?

Que Deus é esse que não é preferível ao melhor dos nossos amigos?”

José Luis Cortés
Um Deus chamado Abba
Estrela Polar, 2006

sábado, maio 09, 2009

quinta-feira, maio 07, 2009

Flor-de-Maio

Soam prenhes de cor
Marés lúdicas de sonhos
Banhados pela utopia.

Época de esperança.
Inconformismo.

Tempo de vida
Tempo de partida.

E da viagem perdida
Meses de poesia.
Flor-de-Maio.

(O Jardim – IX)

terça-feira, maio 05, 2009

Em nome de algo

Em nome da verdade única e absoluta
Apenas conseguimos a mentira abjecta.

Em nome de sinais cruzados de madeiros abertos
Apenas provocámos a noite das cruzes mortíferas.

Em nome de obediências cegas e forçadas
Apenas pudemos os fogos proclamados purificadores.

Em nome de tolerâncias mais ou menos impostas
Apenas descobrimos intolerâncias ditas tolerantes

segunda-feira, maio 04, 2009

Vasco Granja

Soube aqui. Partiu hoje, subindo a montanha que lá ao fundo nos espera a todos.


Com ele sonhei os sonhos que me levaram a descobrir coisas importantes. As coisas da própria vida. Com ele aprendi a olhar à minha volta com os olhos da magia feita sentimento. Quer dizer, com os olhos das crianças. Valeu a pena ter olhado através do seu olhar.

Imagem daqui

domingo, maio 03, 2009

HAIKU

Nove meses de espera.
Mesmo que diferente
Uma mulher encanta.

sexta-feira, maio 01, 2009